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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que é INTOLERÂNCIA À LACTOSE ?

Intolerância à lactose é a incapacidade de digerir a lactose, resultado da deficiência ou ausência da enzima intestinal chamada lactase. Esta enzima possibilita decompor o açúcar do leite em carboidratos mais simples,para a sua melhor absorção. Este problema ocorre em cerca de 25% dos brasileiros.

Como se desenvolve?
Na superfície mucosa do intestino delgado há células que produzem, estocam e liberam uma enzima digestiva (fermento) chamada lactase, responsável pela digestão da lactose. Quando esta é mal absorvida passa a ser fermentada pela flora intestinal, produzindo gás e ácidos orgânicos, o que resulta na assim chamada diarréia osmótica, com grande perda intestinal dos líquidos orgânicos.

Há três tipos de intolerância à lactose, que são decorrentes de diferentes processos:
1) deficiência congênita da enzima; é um defeito genético muito raro, no qual a criança nasce sem a capacidade de produzir lactase. Como o leite materno possui lactose, a criança é acometida logo após o nascimento.
2) diminuição enzimática secundária a doenças intestinais; é bastante comum em crianças no primeiro ano de vida e ocorre devido à diarréia persistente, pois há morte das células da mucosa intestinal (produtoras de lactase). Assim, o indivíduo fica com deficiência temporária de lactase até que estas células sejam repostas.
3) deficiência primária ou ontogenética. Estatisticamente, este tipo é o mais comum na população. Com o avançar da idade, existe a tendência natural à diminuição da produção da lactase. Esse fato é mais evidente em algumas raças como a negra (até 80% dos adultos têm deficiência) e menos comum em outras, como a branca (20% dos adultos).
O que se sente?
É variável de pessoa a pessoa e de acordo com a quantidade ingerida.
Devido a deficiência, a lactose não digerida continua dentro do intestino e chega ao intestino grosso, onde é fermentada por bactérias, produzindo ácido láctico e gases (gás carbônico e o hidrogênio, que é usado nos testes de determinação de intolerância à lactose). A presença de lactose e destes compostos nas fezes no intestino grosso aumenta a pressão osmótica (retenção de água no intestino), causando diarréia ácida e gasosa, flatulência excessiva (excesso de gases), cólicas e aumento do volume abdominal.
Os sintomas mais comuns são náusea, dores abdominais, diarréia ácida e abundante, gases e desconforto. A severidade dos sintomas depende da quantidade ingerida e da quantidade de lactose que cada pessoa pode tolerar. Em muitos casos pode ocorrer somente dor e/ou distensão abdominal, sem diarréia. Os sintomas podem levar de alguns minutos até muitas horas para aparecer. A peristaltase, ou seja, o movimento muscular que empurra o alimento ao longo do estômago pode influenciar o tempo para o aparecimento dos sintomas. Apesar de os problemas não serem perigosos, eles podem ser bastante desconfortáveis.
Os pacientes percebem então um aumento de ruídos abdominais, notam que a barriga fica inchada e que eliminam mais gases. Quando a dose de leite ou derivados é maior surge diarréia líquida, acompanhada de cólicas. A queixa de ardência anal e assadura. Isto acontece porque a acidez fecal passa a ser intensa (pH 6,0).
Entretanto a maioria dos pacientes que só tem intolerância a lactose, normalmente não tem evidências de desnutrição, nem mesmo grande perda de peso. Quando isso ocorre, pode haver a associação da intolerância com outras doenças gastrointestinais.

Como diagnosticar
?
A intolerância à lactose pode ser diagnosticada por três testes:
1. Teste de tolerância. Consiste em fornecer lactose pura ao paciente e
durante as horas seguintes, amostras de sangue indicam os níveis de glicose. Se a pessoa for tolerante à lactose, a concentração de glicose no sangue aumenta, e se for intolerante ela aumenta muito pouco ou não aumenta. Este teste não é usado em crianças muito novas, pois a grande carga de lactose pode causar diarréia e desidratação, acarretando sérios problemas .
2. Monitoração da quantidade de hidrogênio nos gases exalados pela
respiração, após a ingestão da lactose. O hidrogênio é produzido na fermentação da lactose pelas bactérias quando ela chega ao intestino grosso, onde não deveria chegar. O hidrogênio é absorvido pelo intestino, transportado pela corrente sangüínea até os pulmões e, então, exalado pelo ar expirado. Se o paciente consumir leite, por exemplo, e a concentração de hidrogênio do ar exalado aumentar, isto indica que a lactose não foi propriamente digerida. Este teste, assim como o de tolerância à lactose, não é usado em crianças muito novas pelo mesmo motivo. Alguns medicamentos e alimentos, além de cigarro, podem interferir no teste.
3. Teste de acidez das fezes. Detecta os ácidos produzidos pela má digestão
da lactose. Este teste é útil em crianças muito novas e pode fornecer alguma idéia se a criança é intolerante à lactose.
E que tratamento ?
Não há tratamento para aumentar a capacidade de produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados pela dieta. Nos casos em que o leite é essencial, como nos recém-nascidos com as formas congênita ou secundária da doença, a opção é o uso de leite de soja, que não tem lactose. Mas a maioria dos jovens e adultos não precisa evitar a lactose completamente. As pessoas possuem diferentes níveis de intolerância à lactose.
As pessoas com esta intolerância não necessitam de uma dieta extremamente rigorosa, basta que se tenha alguns cuidados básicos sobre o que se deve comer. Se os sintomas forem devidos só à não digestão da lactose: substituição do leite por iogurtes e queijo e/ou a ingestão de cápsulas de lactase podem resolver o problema. Assim o controle da dieta para as pessoas intolerantes depende de se experimentar os limites que cada um suporta, usando a tentativa e erro. Para aquelas pessoas que reagem a pouca quantidade de lactose, é possível encontrar no mercado leite cuja lactose foi hidrolisada (quebrada) industrialmente. Já existe no mercado brasileiro leite UHT hidrolisado, ou com baixo teor de lactose, sendo produzido por diversas empresas. Este tipo de leite é semelhante ao leite UHT, com sabor normal, contendo todos os nutrientes do leite, apesar de ser um pouco mais doce. Já existe também o leite hidrolisado em pó. Curiosamente, os iogurtes, mesmo quando ingeridos em grande quantidade, não causam sintomas, já que as bactérias presentes nas suas fórmulas (lactobacilos) produzem lactase suficiente para a digestão da lactose.

Alimentos Proibidos
• Leite de vaca, queijos, manteiga, requeijão e demais derivados de leite;
• Preparações à base de leite (bolo, pudins, cremes, entre outros...);
• Bolachas, biscoitos que possuem leite em sua composição.

Alimentos Permitidos
• Carnes em geral;
• Margarina, geléias;
• Todas as leguminosas (feijão, vagem, lentilha...);
• Arroz e cereais em geral;
• Todas as verduras e legumes;
• Leite de soja e de arroz, queijo tipo tofu;
• Pães e bolachas que não contenham leite em sua composição.

DEVO LEMBRAR QUE ESTA ORIENTAÇÃO DIETÉTICA NÃO SUBSTITUI O ACOMPANHAMENTO PELO MÉDICO E NUTRICIONISTA

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