Como já devem ter entendido, sou proprietária do
"Ora Pois", Congelados Portugueses, ali pela bela Curitiba, onde
tenho o prazer de divulgar a rica gastronomia Portuguesa..
Tento entretanto,
neste espaço aqui no Ora e depois, divulgar um pouco da história de alguns
pratos por muitos conhecidos. Então neste momento vou escrever sobre um
daqueles pratos, com um nome bem curioso:
Bacalhau Espiritual.
Tem quem se insurja pela designação
menos correta atribuída a alguns pratos. Mas apesar disso e de muitos acharem
intocáveis as receitas, pessoalmente, acho que história é isso mesmo, quando
algo tem um começo, depois uma vida, esperando neste caso o das receitas, que
não aconteça um fim. Embora a criação culinária ser muitas vezes alvo de grande
sucesso, as execuções nem sempre serem as
mais corretas ou de acordo com a receita original, não acredito que seja pecado.
O Bacalhau Espiritual terá começado ali
por 1947, nos preparativos da abertura de um restaurante de luxo instalado nas
antigas cozinhas do Palácio Nacional de Queluz e que se iria chamar “Cozinha
Velha”. A sua primeira concessionária foi a Condessa Almeida Araújo, que se
preocupou em ter um cardápio bem estruturado com cozinha nacional mas também
com pratos mais sofisticados que fizessem jus ao local onde está instalado o
restaurante. Epicurista e consciente da
tarefa que teria de desenvolver para esse emblemático restaurante, viajou por
França visitando restaurantes de elite gastronómica. Num deles apreciou
particularmente uma receita de “Brandade Chaude de Morue” cuja leveza e
textura, associada ao facto de utilizar um produto tão habitualmente utilizado
e a gosto português, lhe mereceu especial atenção. E pediu a receita. Não lha
deram, venderam. Não podem se esquecer
que este era o tempo do segredo das receitas.
A receita parece simples. O especial
desta especialidade está na laboração delicada e na mistura do molho Bechamel.
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